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Combate à SIDA: Desafios, prevenção e combate à doença

O combate à SIDA, Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, no nosso país e no mundo, ainda é um desafio, mas uma necessidade urgente. Em Portugal, segundo os dados recolhidos a 31 de outubro de 2022 pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Direção-Geral da Saúde (DGS), foram notificados 1803 casos de infeção por VIH, Vírus da Imunodeficiência Humana, no biénio 2020-2021, 870 dos quais em 2020 e 933 em 2021. No mundo, estima-se que 38 milhões de pessoas vivam com o VIH. Estamos diante, portanto, de um problema de saúde pública mundial. No entanto, com o aumento do acesso à prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados eficazes, a infeção pelo VIH tornou-se uma condição de saúde crónica irrenunciável. Vamos entender melhor sobre a SIDA, o VIH, os desafios da comunidade e as formas de se ter uma vida longa e saudável? Continue a leitura.

A SIDA

A SIDA, Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, é uma doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana, o VIH. O vírus ataca o sistema imunitário, sendo o responsável por defender o organismo de doenças, assim, aumenta o risco de outras condições oportunistas. As células mais atingidas pelo vírus IH são os linfócitos T CD4+. Ele consegue alterar o DNA dessa célula e fazer cópias. Desta forma, após se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infeção.

Sintomas

Os sintomas da SIDA podem surgir até 10 anos após a contaminação com o VIH, mas também pode aparecer mais cedo. Os principais são:

  • Febre persistente;
  • Tosse seca prolongada e garganta arranhada;
  • Suores noturnos;
  • Edema dos gânglios linfáticos durante mais de 3 meses;
  • Dor de cabeça e dificuldade de concentração;
  • Dor nos músculos e nas articulações;
  • Cansaço, fadiga e perda de energia;
  • Rápida perda de peso;
  • Candidíase oral ou genital que não passa;
  • Diarreia por mais de 1 mês, náuseas e vómitos;
  • Manchas avermelhadas e pequenas bolinhas vermelhas ou feridas na pele.

    Diferenças entre VIH e SIDA

    Muitas pessoas confundem o VIH
    e a SIDA, acreditando ser o mesmo. O VIH
    é o vírus causador da SIDA, que pode entrar no corpo através do contacto com sangue e/ou fluídos corporais de uma pessoa infetada. Assim, a partir desse momento, a pessoa é considerada VIH positiva ou “seropositiva” e está suscetível a contaminar outras pessoas. Já a SIDA é a complicação da doença e se trata do estágio mais avançado da infecção por VIH.

    Dados em Portugal

    Como citado, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e a Direção-Geral da Saúde (DGS), foram notificados, em Portugal, 1 803 casos de infeção por VIH no biénio 2020-2021, 870 dos quais em 2020 e 933 em 2021. Houve uma redução de 44% no número de novos casos de infeção por VIH e de 66% em novos casos de SIDA entre 2012 e 2021. Ainda de acordo com os órgãos, a maioria (71,8%) dos novos casos de infeção em adolescentes e adultos (≥ 15 anos) registou-se em homens (2,5 casos por cada caso em mulheres) e a mediana das idades à data do diagnóstico foi de 39 anos. Em 63,6% dos novos casos, as pessoas tinham entre 25 e 49 anos e em 27,6% tinham idade igual ou superior a 50 anos. No período em análise foram notificados 4 casos de infeção VIH em crianças (2 em 2020 e 2 em 2021). É importante ressaltar, também, que embora a transmissão heterossexual se mantenha como a mais frequente (51,8%), os casos em homens que têm sexo com homens (HSH) corresponderam à maioria dos novos diagnósticos em homens (56,0%). A taxa de novos diagnósticos de VIH foi mais elevada nos residentes na Área Metropolitana de Lisboa, seguida da região do Algarve. Analisando os dados acumulados, desde 1983 até 31 de dezembro de 2021, foram identificados em Portugal 64 257 casos de infeção por VIH, dos quais 23 399 atingiram o estágio de SIDA e ocorreram 15 555 óbitos.

    Transmissão

    O vírus da SIDA, o VIH, é transmitido, principalmente, pelas relações sexuais desprotegidas, sendo considerada uma Infeção Sexualmente Transmissível. Partilha de seringas e agulhas contaminadas com sangue da pessoa infetada também é uma forma de transmissão. Outra via de transmissão possível é a vertical, ou seja, a transmissão do vírus da mãe para o filho na gestação, na amamentação e, principalmente, no momento do parto.

    Combate à SIDA

    Sem dúvida alguma, o sexo protegido, com o uso de preservativo, seja em relações sexuais orais, anais ou vaginais, é o método mais eficaz de prevenção contra o vírus VIH. A prevenção combinada abrange o uso do preservativo masculino ou feminino, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das ISTs, testarem para VIH, profilaxia pós-exposição ao VIH, prevenção da transmissão vertical de VIH, tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com VIH, redução de danos, entre outros.

    Diagnóstico de SIDA

    O diagnóstico precoce da sorologia positiva para o VIH aumenta bastante a expectativa e qualidade de vida de uma pessoa que vive com o vírus. Ele é feito a partir da análise de sangue ou por fluido oral. Os exames laboratoriais e os testes rápidos, por exemplo, detetam os anticorpos contra o VIH em cerca de 30 minutos. Assim, se passou por uma situação de risco, como o sexo desprotegido, faça o teste anti-VIH. Os exames também são feitos de forma anónima.

    Tratamento

    O tratamento da SIDA deve ser iniciado assim que o vírus é diagnosticado. Assim, as hipóteses de sucesso são maiores, já que impede a multiplicação do vírus no organismo. Devem ser tomados medicamentos antirretrovirais conforme as orientações do médico. O VIH não tem cura, mas o tratamento adequado permite diminuir o impacto da infecção na vida da pessoa, podendo deixar o vírus indetectável e intransmissível no paciente.

    Desafios da Comunidade

    Além de conviver com a doença, pessoas com SIDA encaram, ainda, outro desafio: o preconceito. A maioria das pessoas que vive com VIH e SIDA já passou por pelo menos alguma situação de discriminação ao longo da sua vida. Ainda de acordo com a UNAIDS, oito de cada dez pessoas com o vírus têm dificuldade em revelar que vivem com o vírus que pode causar a SIDA. A razão é, justamente, o estigma em torno da doença. A discriminação dificulta, ainda, acesso aos serviços de saúde, uma vez que, por vergonha, as pessoas isolam-se e não vão em busca dos seus próprios direitos. Desta forma, precisamos, enquanto sociedade, denunciar os preconceitos, consciencializar a população acerca da doença e, inclusive, acolher as pessoas seropositivas. Faça sua parte! A Magnus apoia esta causa. Conte connosco!